A noite me contém e me preenche. A lua me dá força. O céu noturno reflete a minha alma e eu abraço a escuridão como se fôssemos amantes. E se a escuridão fosse personificada em ser humano, nossos corpos se entrelaçariam enquanto fosse noite e reinassem as trevas e a decadência.
Quisera eu ser como as criaturas noturnas e mitológicas criadas por almas solitárias e taciturnas como a minha. Quem me dera atingir o ápice de minhas faculdades sob o reino da deusa lunar, Diana.
Tudo que carrego dentro de mim são as ruínas e os resquícios da felicidade que tanto saboreei quando mais jovem. E nessas ruínas impregnadas de nostalgia, ressentimento e resignação eu pretendo permanecer enquanto durar a minha alma. Existirei para alimentar meu ódio com o medo e a insegurança alheia.
A noite é minha mãe, minha irmã, minha amiga, minha deusa, e minha amante e eu serei seu consorte por toda a eternidade. E até que a escuridão consuma o mundo semearei a discórdia e o caos, sempre ao pés de Diana e ao som da serenata da auto-destruição.